Origem da
Literatura Africana
A primeira literatura africana foi produzida pelos
portugueses no século XV, chamada de literatura do descobrimento, que se
baseavam em relatos de viagem feitos por navegadores, escrivães e comerciantes.
Logo após surgiu a literatura colonial, que retratava a vivencia dos
portugueses nas terras africanas. Nestas literaturas, o centro do universo
narrativo e poético era o homem europeu e não o africano. Era uma literatura
profundamente racista, onde predominavam as ideias de inferioridade do homem
negro. Implica falar ainda que, nestas literaturas, a África era vista apenas
como uma linda paisagem, ou um paraíso, e o protagonista dessa paisagem era o
homem europeu. Trata-se, pois, de uma literatura caracterizada fundamentalmente
pela exploração do homem pelo homem.
Já a literatura africana de língua portuguesa irei analisar
neste trabalho e um conjunto de obras literárias que traduzem uma certa
africanidade, toma está designação porque a África é o motivo da sua mensagem
ao mundo, porque os processos técnicos da sua escrita se erguem contra o
modismo europeu e europeizante. Essa literatura também é chamada de literatura
Neo-africana por ser escrita em línguas europeias, para diferenciá-la da
literatura oral produzida em língua africana. Nesta literatura, o centro do
universo deixa de ser o homem europeu e passa a ser o homem africano.
O que proporcionou o aparecimento dessa nova literatura com raízes africanas foi desenvolvimento do ensino oficial e formalizado na África, a liberdade de expressão, derivada da independência de alguns países que eram mantidos pelos europeus e a instalação da imprensa.
Esta literatura teve a sua origem através do confronto, da rebelião literária, linguística e ideológica, da tomada de consciência revolucionária a partir da década de 40 (século XIX), são textos impregnados de marcas visíveis da revolta política e social. Importa referir que era uma literatura dirigida particularmente aos africanos e escrita em línguas locais em mistura com o "português", pois o propósito era tornar a escrita inacessível aos europeus, isto é, não permitir ao homem branco descodificar as suas mensagens. Daí a introdução nas obras de poetas angolanos (Agostinho Neto, António Jacinto, Pinto de Andrade, Luandino Vieira, etc.) de palavras e frase idiomáticas em quimbundo e um bundo. A literatura africana de língua portuguesa não é semelhante à brasileira, pois, tem somente 40 anos de existência, por isso, não se sabe definir ao certo, qual estilo literário cada autor adota para construir suas obras.
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